sábado, 4 de setembro de 2010

Sobre alfinetes e corações Part III

Com muito cuidado ele lhe entregou aquele estranho e deformado balão, que havia concertado com agulhas e alfinetes. E ela ficou olhando para aquele estranho objeto em suas mãos, sem saber o que fazer. Já havia esquecido o que era um coração, e aquele não se parecia em nada com o que tinha em suas longínquas lembranças.

Mas ainda estavam lá todos os sentimentos. E um a mais. Um que ela nunca pensara que pudesse sentir. Então ela sorriu para o garoto dos Alfinetes, com seus olhos que pediam perdão.

Nunca tivera a intenção de estourar seu coração.

Ela sabia, claro que sabia.

E cuidadosamente guardou seu coração em sua pequena caixinha. Talvez ainda não estivesse na hora de tirá-lo dali. E novamente escondeu a caixinha onde ninguém pudesse ver, e onde ele estaria a salvo de todos os alfinetes que ela pudesse encontrar pelo caminho.

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