sábado, 30 de abril de 2011

Enquanto minha alma viver

Quem é que te deu o direito de abrir a porta da minha vida e entrar nela como se dela fosses o dono? 
Ninguém.
Quem é que te permitiu roubares a única chave que abria o meu coração e entrares nele como se fosse o teu?
Ninguém.
Mas tu entraste e serviste-te como se estivesses em casa. Abriste todas as prateleiras à procura do que havia de melhor e levaste-o. Não deixaste nada. Aliás, deixaste. Por onde passaste deixaste um rasto de destruição. Tudo ficou um caos, em cacos. 
E agora, quem é que vai fechar este abismo que abriste no meu peito? Quem é que vai aconchegar a minha alma cansada e dorida nas noites tristonhas que o teu vazio deixou no meu ser?
Tenho a alma exausta e pesarosa. O corpo, esse, já não o sinto sequer. Resta apenas a dor constante da saudade e da perda. Agora, é a minha companhia. Só ela me lembra que tu um dia exististe e me fizeste bem. Sim, porque tu já me fizeste sorrir. Fizeste-me a pessoa mais feliz do mundo e ensinaste-me a amar de um modo livre e incondicional. 
Para quê? Para depois me derrubares, espezinhares, pontapeares? Deste-me o céu e achaste-te no direito de me mostrares o inferno. 
E agora, quem é que me vai mostrar que o mundo não acabou só porque decidiste bater com a porta da minha vida? Quem é que vai fechar as fendas que deixaste no meu corpo com a tua partida? Quem é que vai tratar da minha loucura provocada pela tua ausência? 
Ninguém. Não existe ninguém à minha volta. Deixei tudo para ser tua e agora que fugiste fiquei sozinha.
Sinto uma dor enorme no meu peito. Estou a queimar. 
Vou amar-te até que a minha alma morra. O corpo, esse, já morreu. 


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